Segundo a história já havia uma profecia no reino do kongo que apontava o nascimento de uma grande sacerdote espiritual que unificaria o vasto Império do Kongo e trará sabedoria para o seu povo. O reino do Congo estava em crise, as tropas coloniais ocupantes tinham conquistado grande parte do Reino e as sementes de divisão lançadas pelo “cristianismo” estavam a surtir efeito para a felicidade dos colonos. Por um lado, Congoleses convertidos à nova religião ensinada pelos colonos, lutavam para espalhar a influência da recém adquirida religião por todo o reino do Kongo. Por outro lado, aqueles que queriam defender o Congo de toda e qualquer influência cultural-religiosa estrangeira.
Neste clima de divisões internas de influência externa, nasce em 1684 aquela que ficou conhecida como Kimpa Vita, Nasceu no Monte Kibangu, no reino do Congo, hoje parte do território angolano de Mbanza Kongo. Descendente da família real foi formada como "nanganga marinda" que é uma pessoa que pode se comunicar com os antepassados.
Com o passar do tempo, Kimpa Vita criou um movimento religioso com mistura do cristianismo e práticas de religiões africanas, denominada assim de Antonianismo. Kimpa Vita dizia ser uma reencarnação de Santo Antônio de Pádua e que tinha sido enviada para criar uma nova igreja no Congo. Uma das suas famosas afirmações era de que Jesus Cristo era negro e que tinha nascido no Congo. Mais tarde, houve outros movimentos religiosos no cristianismo africano, como o Kimbango e o Tocoismo.
Dois séculos depois, os ensinamentos de Kimpa Vita foram revitalizados por outro profeta chamado Simão Kimbango. Este que uma vez questionou: “porquê que Maria não foi chamada de feiticeira, mas sim Kimpa vita, será que era por ser negra e africana? Para nós Kimpa Vita é uma profetiza do Kongo e dos africanos”.